quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Primeira "postagem"

Como esta é a primeira postagem no blog, escolhi um texto que fala sobre o bem-estar do funcionário , pois,  o funcionário também é gente! Ele pode até trabalhar como um robô, mas ele também faz tarefas normais como: beber, comer, dormir, sair e divertir. Afinal, "o mundo não é feito somente de chefes".

A Corrida Pelo Bem Estar do Funcionário       
Escrito por Sandra Regina da Luz Inácio    

    Quantos de nós já não sentimos dores de cabeça, na coluna, vista cansada e o corpo pesado após um longodia de trabalho? Sem contar o mau humor, impaciência, insônia e irritabilidade, todos provocados pelo estresse. Este cenário é bastante comum na rotina da maioria dos profissionais. Não é para menos... Correria, prazos, cobranças, trânsito - tudo isso se transforma numa verdadeira bomba relógio em nossas mãos. Para explodir, o limite é apenas a resistência física e mental de cada um de nós. No entanto, preocupadas com a saúde e bem-estar de seus funcionários, algumas empresas vestem a camisa do esporte, tornando as atividades físicas aliadas na busca por qualidade de vida e por um ambiente de trabalho menos estressante.
    Os profissionais que não são fãs assim de exercícios estão se conscientizando, através dos projetos de incentivo à atividade física, da importância de se movimentar. "Às vezes, muitas pessoas têm receio de começar uma atividade, mas, depois de vencida essa primeira barreira, você se contagia e passa a assumir desafios". O importante, para o exercício físico surtir o efeito desejado, é encará-lo como um projeto: de disciplina, comprometimento, quebra de barreiras, liderança, raciocínio. É um trabalho que começa como estímulo corporativo, mas que vira pessoal e, depois, acaba voltando para o corporativo.
    Nos programas voltados aos funcionários, podem ser oferecidas desde atividades mais leves, como ginástica laboral e massagem, corrida e ciclismo.
    Agora foram unidos os jogos lúdicos e gincanas com bola, música, entre outros, para evitar o estresse físico e mental, além de unir mais os funcionários.
    Não faltam alternativas para fazer os funcionários se movimentarem. Alguns grupos fazem parcerias com academias próximas, oferecendo descontos aos empregados, outros dão acesso, inclusive, a verdadeiros complexos esportivos, onde os trabalhadores e seus familiares e a comunidade em geral podem passar o tempo livre e desfrutar de piscina, quadras de esportes, pistas de caminhada, aulas de fitness, programas para crianças, para a terceira idade, para portadores de deficiência, etc.
    Em outras empresas, foram implantaram o além da ginástica laboral, corrida de são silvestre, há também o shiatsu, yoga e Tai Chi Chuan. Sendo que, segundo os especialistas eles têm as seguintes funções:
    O yoga (pronuncia-se 'yôga') trabalha com exercícios de baixo impacto, que permitem ao profissional suar menos e não forçar os seus músculos. O exercício atua em campos multilaterais do ser humano: emocional, mental, corporal, respiração e concentração. "A prática do yoga contribui para aliviar o estresse, aumentar a capacidade pulmonar, melhorar o raciocínio e melhorar a criatividade no trabalho".
    O yoga aplicado em empresas é chamada de yoga laboral, por surtir os efeitos no próprio ambiente de trabalho. As áreas de exatas e financeira são as que mais procuram esse tipo de técnica, devido às longas horas de trabalho, tensão mental constante e horário irregular. “Como procuram resultados rápidos e exatidão, são as áreas que mais notam os resultados do Yoga”, referindo-se à rapidez com que surgem os efeitos da prática.
    A implantação do projeto de yoga laboral diminui o absenteísmo causado por doenças e conseqüentes prejuízos gerados ao funcionário e à empresa, ajudando também nos seguintes benefícios:

a) Reaprender a respirar.
b) Descontrair
c) Alongar os músculos e aumentar a flexibilidade das artérias
d) Exercitar músculos oculares
e) Gerenciar o estresse
f) Aplicar exercícios estimulantes e sedativos
g) Limpar os órgãos internos
h) Ampliar a vitalidade e a energia
i) Concentrar-se e obter noções de meditação

    Resultados podem ser notados em três semanas, realizando exercícios com carga mínima de 20 minutos. Pode ser praticada em qualquer lugar e horário, inclusive em frente ao computador
    O tai chi é uma técnica milenar que surgiu na China, há 1.700 anos e consta de exercícios físicos e mentais para melhorar a saúde. Com o passar dos anos, o tai chi preservou o sistema original, contudo, se adaptando a cada tempo, sempre tendo como ponto principal uma filosofia interna e disciplina mental.
    O tai chi tornou-se hoje o tai chi chuan, uma técnica de relaxamento ausente de significado espiritual. Mas, mesmo com as modificações, é uma herança da arte e da cultura chinesas. Pode ser praticado por qualquer pessoa que tenha entre cinco e 80 anos, sem nenhuma restrição. Não exige nenhum preparo, mas requer um pouco de paciência, porque os resultados podem demorar até dois meses para aparecer, isso se a prática for feita duas vezes por semana, com uma carga mínima de 60 minutos.
    Recomenda-se praticar pela manhã, período do dia que faz com que o praticante obtenha mais benefícios à sua saúde física e mental:

a) Aumentar a capacidade de trabalhar sob pressão
b) Prevenir e eliminar o estresse
c) Eliminar e prevenir problemas causados por esforços repetitivos
d) Aumentar o autocontrole
e) Diminuir o absenteísmo
f) Aumentar a auto-estima
g) Estimular a criatividade e a capacidade de liderança
h) Promover a cooperação e a comunicação dentro da empresa
i) Conferir a capacidade de encontrar soluções rápidas e efetivas
   
    No mínimo deve-se praticar por sessenta minutos cada sessão, para obter melhores resultados e estes aparecem em dois meses.
    Outros programas implantados pelas empresas:

1) Um deles consiste em relaxamentos como massagens, alongamentos, técnicas para direcionar o pensamento a agir com mais tranqüilidade, além de oferecer ao funcionário uma consulta individual com uma psicóloga. O ambiente de trabalho melhorou bastante depois que o programa foi implantado, houve redução de custos, a qualidade aumentou, os funcionários estão mais satisfeitos e mais dispostos e, com isso, faltam menos ao trabalho.

2) A maratona, além dos benefícios sentidos no corpo, a maior vantagem da corrida foi melhorar o relacionamento interno com os colegas de trabalho e expandir a sua visão da empresa. Facilita uma integração muito grande, as pessoas da equipe ficam mais unidas.

3) O esporte pode, ainda, ser utilizado como ferramenta de desenvolvimento de habilidades específicas através de atividades que gerem união, foco no resultado e que criem vínculos de confiança e amizade, ou seja, como recurso para explorar certas características. Faz uma análise do que determinado ambiente empresarial está precisando e sugerimos o esporte mais adequado para aflorar certas habilidades nos funcionários.

4) A comunidade empresarial, através das áreas de recursos humanos, grêmios, associações e clubes de funcionários têm procurado superar uma perspectiva meramente assistencialista e recreativa, para se preocupar com uma dimensão cultural mais ampla, com o ambiente de trabalho e com a própria qualidade de vida de seus funcionários ou associados.

5) Promoção de cursos, seminários, debates, palestras e encontros com empresas, outras organizações, profissionais, especialistas no âmbito da gestão das relações humanas, relacionados à melhoria da qualidade vida, integração, motivação e o bem-estar dos funcionários ou associados das beneficiárias.
6) Intercâmbio e convênios com hotéis, colônias de férias, teatros, universidades e empresas de outros segmentos, visando criar facilitadores e benefícios que contribuam para o bem-estar dos funcionários ou associados das beneficiárias.

7) Realização de visitas às empresas beneficiárias visando divulgar o conceito de bem-estar, integração e melhoria da qualidade de vida dos funcionários;

8) Elaboração de programas de benefícios voltados ao campo da saúde, odontologia, proteção pessoal (vida/previdência) e proteção patrimonial (seguros auto/residência), entre outros.

9) O Programa de Acompanhamento Psicossocial, que visa acompanhar ações voltadas à saúde física, emocional e mental junto aos funcionários. Esta iniciativa surgiu em conseqüência da grande demanda de casos envolvendo dependência química (álcool/ drogas) e depressão. Mas o projeto não se restringiu apenas a isso. Em pouco tempo passou a contemplar outros tipos de casos, como ansiedade, depressão, obesidade, síndrome do pânico, transtorno e estresse pós-traumático, além de outros problemas voltados à ordem familiar e relacionamento no trabalho.

    Entre as principais atividades disponíveis, estão palestras sobre estresse, alcoolismo/drogas, auto-estima, motivação, DST/AIDS, planejamento orçamentário doméstico, tabagismo e orientação aos pais com dificuldades relacionadas aos seus filhos, além de orientação e acompanhamento de funcionários afastados por acidente de trabalho, auxílio doença e licença gestante.
    Quando necessário, intervém-se com procedimentos que favoreçam ao funcionário, como internações, remoções hospitalares, acompanhamento em fatos de maior gravidade e, em caso de óbito, solicitação do IML, funerária e serviços de remoção. Sendo:

a) Atendimento individual;
b) Atendimento psicológico e psicossocial em grupo;
c) Orientação aos familiares;
d) Visitas domiciliares;
e) Acompanhamento, orientação e agilização de funeral em casos de óbitos de funcionários;
f) Contatos com recursos da comunidade e encaminhamento de funcionários e/ou dependentes quando necessários;
g) Encaminhamento de funcionários quando necessitam e optam por atendimento psicoterápico;
h) Atendimento a solicitação superior para tratamento de funcionários “in loco”.

    Sentir-se bem passa a ser uma área de interesse não só do trabalhador, mas também do empregador. Uma das empresas que atenta para esse fato é o grupo Semco, liderado pelo empresário Ricardo Semler. Percebendo a estupidez da curva entre tempo livre e dinheiro, a Semco propôs aos funcionários o programa “compre sua quarta-feira”.
    Funciona da seguinte maneira: o trabalhador pode comprar quartas-feiras e não ir trabalhar, usando o tempo livre quando ainda tem saúde e dinheiro para fazer o que tiver vontade. Voar de asa delta, tocar violino, ir para a praia ou mesmo passar o dia em frente à televisão. A Secom ganha em ter um empresário mais feliz, que não trabalha mais que dois dias sem ter um feriado no meio. Depois que se aposenta, o trabalhador pode resgatar essas quartas-feiras passando um dia na empresa.
    Assim, além de ganhar uma atividade quando está aposentando, a empresa ganha em ter alguém que passou muitos anos lá e tem muita experiência para passar aos trabalhadores mais novos.
    O que acontece também é que muitas empresas têm lindas academias, uma estrutura fantástica e os funcionários não aproveitam. É uma rua de mão dupla. É preciso haver interesse tanto da empresa em proporcionar atividades, quanto do funcionário em aproveitar a oportunidade ou até mesmo cobrar esse tipo de atitude da empresa.
    Quando somos jovens, temos muito tempo livre e geralmente pouco dinheiro para usufruir das horas vagas. Atingindo a maturidade, começamos a ganhar dinheiro, porém o tempo é quase 100% ocupado com o trabalho para ganhar esse dinheiro. Depois que nos aposentamos, voltamos a ficar com muito tempo livre. E novamente com pouco dinheiro, agora agravado por termos menos saúde.
    O resultado pode ser uma vida frustrante do ponto de vista de realizações. Felizmente, algumas pessoas e organizações estão acordando para esse fato e começando a levar uma vida que vale a pena ser vivida. Empresas estão percebendo que tempo livre não é vagabundagem, que os funcionários que desfrutam a vida são mais felizes e, por conseqüência, mais produtivos.

Sobre o Autor
•PhD em Administração de Empresas pela Flórida Christian University (EUA) •PhD em Psicologia Clínica pela Flórida Christian University (EUA) •Psicanalista e Diretora de Assessoria Geral da Sociedade de Psicanálise Transcendental. •Mestre em Administração de Empresas pela USP. •Especialista em Estratégias de Marketing em Turismo e Hotelaria pela USP, MBA em Gestão de Pessoas e Especialista em Informática Gerencial. •Psicanalista voluntária na Casa de Apoio à Criança Carente com Câncer e na Universidade da Terceira Idade. •Professora da FGV do Rio de Janeiro e de mais 03 universidades. •Empresária no ramo moveleiro •Responsável e Membro do Conselho Editorial da Revista Empresa Familiar. •Coordenadora do grupo de Excelência de Empresa Familiar do Conselho Regional de Administração de São Paulo - CRA. •Diretora da DS Consultoria S/S Ltda, especializada em Empresas Familiares. •Conciliadora, Mediadora e Árbitra Empresarial. •Membro do Conselho Editorial e responsável pela Revista Empresa Familiar. •Autora do livro O Perfil do Empreendedor e co-autora do livro Empresa Familiar: Conflitos e Soluções, juntamente com Domingos Ricca, Roberto Gonzalez e José Bernardo Enéas Oliveira. •Vários artigos publicados na área de Administração, Tecnologia da Informação e Psicanálise em revistas especializadas.
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